Edição e imagens: Odilon Amaral
“Agora, aos 71 anos, eu dou ‘psiu’ para o outro mundo também, um outro mundo possível a partir dessa ilha do fim do mundo. E é muito lindo vocês estarem junto comigo inventando isso. É uma possibilidade de outras conversas com o mundo.” (Ailton Krenak)
As novas possibilidades de existir e habitar o planeta movem Ailton Krenak. Nosso encontro foi no dia do aniversário dele e em Resplendor, Leste de Minas Gerais, lugar onde fica a Aldeia Krenak. A história de luta desse povo pelo território e as recentes batalhas pelo espaço e pela água ainda serão contadas aqui. Desta vez, pegamos um barco para chegar numa ilha do rio Doce, o rio atingido pela lama tóxica dos rejeitos da barragem de Fundão, em Mariana, em 2015.
Ao lado do fotógrafo japonês Hiromi Nagakura, amigos íntimos e a família, Krenak começou ali, nesta “ilha do fim do mundo”, a lançar novas sementes para o futuro. Na primeira parte da entrevista, ele explicou a importância de questionar a distopia, ao mesmo tempo em que se torna necessário provocar nas crianças o desejo de imaginar novos mundos.