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Fogo é por ação humana, diz ICMBio

Na Serra do Cipó, os focos de incêndio saíram do controle e atingiram o Parque Nacional
Brigadistas na Serra do Cipó - Foto: Marcelo Tielo

O fogo já mudou a cor do céu na região da Serra Morena, na Serra do Cipó, e o parque nacional foi fechado para a visitação. Na madrugada de domingo (18/08), o incêndio, que já durava uma semana, saiu de controle. “Atearam mais fogo e parece que fizeram isso da estrada mesmo” nos contou um brigadista.

Os integrantes da Brigada Cipó se revezam noite e dia. Nesse trabalho voluntário, eles são os responsáveis pelo combate em lugares e horários em que ninguém entra na mata.

 

Brigada Cipó em ação – Foto: Marcelo Tielo

 

“Sem os brigadistas, não sei o que seria de nós”, diz Vânia, que há dez anos mora da serra.

O brigadista voluntário Marcelo registrou o trabalho de combate. “Estamos exaustos, mas vale a pena salvar alguma coisa”.

Nesta segunda-feira, o trabalho dos brigadistas ganhou reforço do corpo de bombeiros, que enviou 19 pessoas. São ao todo 42 combatentes, incluindo a brigada do ICMBio e os brigadistas voluntários estão trabalhando na serra, um helicóptero e dois aviões. A assessoria de comunicação do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade também informou que o incêndio foi causado por ação humana.

 

Bombeiros se reunem na Serra do Cipó depois de combater o fogo durante a segunda-feira – Foto: Projeto Preserva

 

“Nesta época não há ocorrência de incêndio natural, logo a origem foi antrópica” (ICMBio).

Vários focos foram detectados na MG-010 e se espalharam pelo Vale do Espinhaço, atingindo unidades de conservação, como a APA Morro da Pedreira e o Parque Nacional da Serra do Cipó.

 

Unidades de Conservação estaduais também estão em chamas

 

Na Serra do Brigadeiro, na Zona da Mata, o fogo atingiu uma porção da área sul e outra grande na área ao norte, chegando na zona de amortecimento do parque estadual.

O biólogo Leandro Moreira, que trabalha em projetos de conservação no parque, ajudou no combate ao fogo e fez um desabafo. Veja aqui.

 

 

A área que pegou fogo havia sido restaurada e a Mata Atlântica voltou a crescer na área que antes era pasto.

“É muito duro ver tudo virar cinzas de uma hora pra outra” (Leandro Moreira, biólogo).

Moradores da região disseram que é comum atearem fogo na mata para limpar o pasto. Nesta época do ano, esse hábito tem como resultado o incêndio descontrolado. Segundo a ONG Iracambi, 30 brigadistas trabalharam para apagar o fogo.

O Instituto Estadual de Florestas informou que há focos no Monumento Natural Peter Lund, perto da Gruta de Maquiné, no Parque Estadual da Serra do Cabral, em Buenópolis, um na Serra do Papagaio, no Sul de Minas, além de incêndio na Reserva Serra dos Aroeiras, perto de Pedro Leopoldo e no Parque Estadual Veredas do Peruaçu, onde o incêndio atinge áreas subterrâneas.

“Com o clima seco, qualquer fogo, seja queima de folha, de pastagem, queima de lixo, seja soltar um foguete, essa é uma época em que usar o fogo é muito perigoso”, diz Rodrigo Belo, gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF.

Atualização: O fogo foi controlado na quarta-feira, 21 de agosto.


 

As nossas reportagens podem ser republicadas, desde que sem qualquer tipo de alteração e que seja citada a fonte. Deve constar o(s) nome(s) do(s) autor(es) da foto e/ou da reportagem, assim como o nome do Projeto Preserva e, quando possível, o link para a página em que o material foi publicado originalmente.

 


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